sábado, 29 de novembro de 2008

URUAÇU UMA CIDADE CAIPIRA?...

Certo dia passando próxima a antiga prefeitura, notei algo diferente, estavam fazendo uma casinha com fortes pilares de aroeira e telhas velhas, aquelas, que a historia diz: “feita nas coxas” porque os escravos que faziam as aquelas telhas, moldavam nas coxas e como tinha vários escravos e pessoas de vários tamanhos, sempre haviam diferenças entre uma telha e outra. Hoje a expressão feita nas coxas tem outra conotação, as vezes bem pornográfica.
Mas voltando a casinha achei estranho e ainda mais quando colocaram um carro de boi , que parecia desproporcional a casinha. Mas tudo bem, mas achei que iam colocar outro objeto debaixo daquela casinha. Pensei logo, com a ferrovia norte sul, poderiam colocar uma locomotiva, ou ate reproduzir uma estação de trem ou ate uma lojinha para vender artesanato ou um barzinho.
Mas não colocaram um carro de boi e um homem de estatura franzina, com um ferrão, pra quem não conhece é uma vara com um ferrão de metal na ponta, que ajudada na direção do carro do boi, e o pequeno homem que além da sua cabaça de água ou cachaça pendurada no carro, tem um cigarrinho de palha atrás da orelha, que cigarrinho aquele eu não sei, poderia ser um cigarrinho do diabo, que para fumar e admirar as belas paisagens, por exemplo as da Serra Dourada, ou apenas um porronco para se distrair e espantar o marasmo.
Mas sempre achei que jeito de cidade caipira, povo pacato e hospitaleiro. Agora, só o sotaque não é tão nítido como os goianos do sul do estado. Talvez porque sofreu muito influencia dos nordestinos, minha família, por exemplo, e baiana. E assim vários outros nordestinos. Mas o que aqui de caipirice? E eu acho que o povo esta perdendo suas origens, por isso e bom um momento desses, pra lembrar como tudo começou. Carros a motor eram raríssimos. Naquela época, ate as estradas eram poucas e quando tinham eram a penas picadas, estradas rústicas, onde só as mulas, jumentos e carros de bois. Dessa caipirice Lembro – me da vendas que vendia doces, os mais doces, querosene puxado com uma bomba de dentro de uma lata de vinte litros, do fumo de rolo, vendido por metro, foices, enxadas enxadões jogado ao chão e muita cachaça de varias marcas nas prateleiras, e os homens bebiam de dose e depois jogar um pouquinho pro santo, cuspia no chão enquanto outros picavam com seus canivetes amolados e faziam seus cigarros e acendiam com as suas bingas.
Mas o que me causou espanto foi o que a idealizadora me relator, quando discutiam o tamanho das bolsas escrotais do boi, alguém achou que estava grande, então resolveram capar os pobres coitados, agora estão com os sacos muchinhos. Pensei comigo triste vida de boi carreiro alem de puxar muita carga, ainda se torna eunucos? Jamais poderão galantear aquela novilha que lhe estava lhe dando bola, ou pegar aquela vaca que era mole, mole. Triste a vida de boi carreiro, muita carga e nada de sexo. Outro fator desfavorável e que são apenas dois, na minha infância já vi carro com mais de dez boi, alem do mais o seus tamanhos parece tamanho de bezerro, mais isso é justificado, a genética da época era muito pouco desenvolvida.
Mas parabenizo a todos aqueles que somaram forças, a idealizadora, a construtora e todos a aqueles que deram idéias, mas, menos para aquele que deu palpite de capar os bichinhos, esse eu não perdôo.
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